Uma grande reformulação...
Essas são as novidades do blog 2008!!
Antes de falar sobre elas, vou lhes contas as novidades concretizadas...
A primeira é que me formei, a segunda é que ando sem namorado, a terceira é que tô desempregada e caindo no ostracismo concurseiro e a quarta é que tô fazendo terapia...
Não, não irei relatar detalhadamente as consequencias de cada "grande" novidade... talvez a mais importante delas seja a terapia... afinal, o blog nesses ultimos anos tem servido basicamente disso. Mais não quero mais ok!? Terapia faço no divã do meu terapeuta... aqui irei postar coisas contextualizadas ou besteiras mesmo... mais sem falar dos meus problemas, a não ser que eles sejam materia publicada em qualquer jornal.
é isso, todos os dias, diversas postagens eu prometo.
;) Pseudo.
"... é uma inquietude que me assalta a paz[...] É que, sei lá, tem horas que é o que mais quero e tem outras que tanto faz..."
segunda-feira, 23 de junho de 2008
domingo, 16 de setembro de 2007
Trecho do Livro - Afrodite sem Olimpo...
camafeu - Conto
camafeu - Conto
Numa manhã kafkeana acordei esta, sem prólogo ou aviso prévio. Já tem um bom tempo. Também não sei exatamente explicar como ou porque, embora quando sinto saudade daquela, fico desfiando razões pra ser esta como quem reza um terço. Nem sei em que tempo e nem qual delas vive melhor mas, a antiga tinha mais certezas, especialmente do que certeza não tinha. Ela queria ser tudo e ainda assim, mulher e definitiva. Esta, sofre de constrangimento alheio, engasga com choro de quem pouco conhece e nunca foi nada, exceto incerta. Quando entende que entende nada, assovia boleros descompassada e debochadamente. Mas, do que mais me lembro é que a antiga espatifava xícaras e o que mais alcançasse, quebrando iras expurgadas ao chão. E hoje, não há mais prateleiras onde caibam porcelanas intactas. Troféus de trincados afetos e palavras craqueladas. Dos remédios, guarda às gargalhadas, porque sem rir não seria uma nem outra. Nem nada.
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segunda-feira, 28 de maio de 2007
"República das empreiteiras
De onde veio Brasília? Do desenvolvimentismo juscelinista ou do apetite das empreiteiras?
A opção que passou à história foi a primeira, mas a pergunta, tal qual à do ovo e da galinha, nunca terá uma resposta definitiva.
E nem importa muito. Apetite de empreiteira não é pecado. O melhor, inclusive, é quando o país consegue juntar, nas obras públicas, a fome delas com a vontade de comer da sociedade. Não é o que está acontecendo no Brasil hoje. E aí está uma causa decisiva do escândalo da navalha.
A sociedade nem sempre precisa estar com vontade de comer. Mas ignorar a fome das empreiteiras, em geral, dá problema. Com prato vazio, elas acabam freqüentemente almoçando a probidade de alguma autoridade pública e, conseqüentemente, jantando uma fatia do orçamento que não lhes pertencia.
Pode parecer complacência com a lógica mais bruta do capitalismo, o lado dos ganhos materiais cegos. Mas a roda da história já andou se movendo bastante por aí com esse tipo de impulso, digamos, usurário. A história da origem da indústria automobilística chega a ser patética. A criação e expansão dos carros motorizados foi determinada muito mais pelos produtores de petróleo do que pela lógica do meio de transporte em si – por incrível que pareça. Aqueles caubóis texanos encontraram nos carros uma aplicação para seu óleo viscoso muito mais rentável do que a da iluminação, e foi daí que veio o verdadeiro impulso primordial da indústria automobilística.
E nem seria preciso ir tão longe. Para ficar no terreno das empreiteiras, foi a gana capitalista delas que, grosso modo, reergueu os Estados Unidos após a Grande Depressão. Nas diretrizes do New Deal, Roosevelt aprovou planos de obras públicas não pela finalidade das obras em si, mas pelo aquecimento econômico que aqueles empreendimentos trariam. Era a obra pela obra.
O Brasil é hipócrita quando faz de conta que boa parte de suas obras públicas não tem dono privado. Há diversos projetos – a área de energia elétrica está cheia deles – que já nascem “inspirados” por determinada empreiteira, que muito antes de qualquer licitação já estudou o empreendimento a fundo, e vai “seduzir” o poder público para realizá-lo.
Essa sedução tem várias formas. É até possível que não envolva corrupção, que o lobby seja feito às claras e que a autoridade pública seja convencida de que a obra é mesmo de interesse da sociedade. E que a empreiteira que “teve a idéia” acabe ganhando a concorrência, pelo simples fato de que se preparou melhor. Isso existe e é do jogo.
Mas apetite de empreiteira não é uma força domesticável. E a pior forma de deixá-lo transbordar para o lado escuro das relações institucionais é deixar que a iniciativa da proposição dos grandes empreendimentos fique quase inteiramente à mercê dos desejos das empresas.
O Brasil tem feito nos últimos anos uma pantomima ruidosa em torno das Parcerias Público-Privadas. O problema é que, na esfera governamental, uma sigla quando pega parece ganhar vida própria. Não precisa mais ter nada dentro. Sua sonoridade justifica sua existência – e ela passa a circular alegremente na boca de autoridades, como acontece agora com o PAC. Na vida real, nada.
Há um mar de oportunidades de empreendimentos no Brasil que requerem a injeção do dinheiro privado. O setor de saneamento básico é um deles, no qual o poder público está há anos para criar as regras necessárias para atração do capital dos investidores, criando concessões rentáveis e socialmente importantes. O próprio setor de energia também oferece horizontes vantajosos para a comunhão Estado/empreiteiras – mas neste campo o governo tem preferido o populismo fácil de tarifas artificialmente baixas e da retórica anti-privatização, que tanto ibope rendeu nas eleições presidenciais.
No setor de transportes urbanos, o Estado atravessou décadas de imobilismo na construção de uma alternativa planejada ao império selvagem dos ônibus. Perdeu a oportunidade de oferecer bons negócios ao capital privado e simultaneamente bons serviços à população. Acabou atropelado pela febre caótica e predominantemente informal das vans.
O Brasil cansa de perder dinheiro de financiadores multilaterais por falta de projeto. Essa parece ser a sina da burocracia governamental brasileira: muita sigla e pouco projeto. Grandes parcerias entre o poder público e a iniciativa privada existem desde D. Pedro II e o Barão de Mauá, não dependem de todos esses salamaleques legislativos em torno de PPPs ou coisa que o valha.
O país precisa abandonar a pirotecnia de PACs e outros arremedos juscelinistas e passar à vida real. Onde estão os decantados pólos de atração do capital privado? Onde estão os projetos e regras para as grandes parcerias?
Enquanto estiverem só no discurso político, o apetite primitivo das empreiteiras vai continuar devorando a honestidade de funcionários e autoridades. Aqui e ali, sempre haverá alguém eticamente dócil para saciar-lhes a fome. E não haverá chuva de navalhas que dê jeito. "
De onde veio Brasília? Do desenvolvimentismo juscelinista ou do apetite das empreiteiras?
A opção que passou à história foi a primeira, mas a pergunta, tal qual à do ovo e da galinha, nunca terá uma resposta definitiva.
E nem importa muito. Apetite de empreiteira não é pecado. O melhor, inclusive, é quando o país consegue juntar, nas obras públicas, a fome delas com a vontade de comer da sociedade. Não é o que está acontecendo no Brasil hoje. E aí está uma causa decisiva do escândalo da navalha.
A sociedade nem sempre precisa estar com vontade de comer. Mas ignorar a fome das empreiteiras, em geral, dá problema. Com prato vazio, elas acabam freqüentemente almoçando a probidade de alguma autoridade pública e, conseqüentemente, jantando uma fatia do orçamento que não lhes pertencia.
Pode parecer complacência com a lógica mais bruta do capitalismo, o lado dos ganhos materiais cegos. Mas a roda da história já andou se movendo bastante por aí com esse tipo de impulso, digamos, usurário. A história da origem da indústria automobilística chega a ser patética. A criação e expansão dos carros motorizados foi determinada muito mais pelos produtores de petróleo do que pela lógica do meio de transporte em si – por incrível que pareça. Aqueles caubóis texanos encontraram nos carros uma aplicação para seu óleo viscoso muito mais rentável do que a da iluminação, e foi daí que veio o verdadeiro impulso primordial da indústria automobilística.
E nem seria preciso ir tão longe. Para ficar no terreno das empreiteiras, foi a gana capitalista delas que, grosso modo, reergueu os Estados Unidos após a Grande Depressão. Nas diretrizes do New Deal, Roosevelt aprovou planos de obras públicas não pela finalidade das obras em si, mas pelo aquecimento econômico que aqueles empreendimentos trariam. Era a obra pela obra.
O Brasil é hipócrita quando faz de conta que boa parte de suas obras públicas não tem dono privado. Há diversos projetos – a área de energia elétrica está cheia deles – que já nascem “inspirados” por determinada empreiteira, que muito antes de qualquer licitação já estudou o empreendimento a fundo, e vai “seduzir” o poder público para realizá-lo.
Essa sedução tem várias formas. É até possível que não envolva corrupção, que o lobby seja feito às claras e que a autoridade pública seja convencida de que a obra é mesmo de interesse da sociedade. E que a empreiteira que “teve a idéia” acabe ganhando a concorrência, pelo simples fato de que se preparou melhor. Isso existe e é do jogo.
Mas apetite de empreiteira não é uma força domesticável. E a pior forma de deixá-lo transbordar para o lado escuro das relações institucionais é deixar que a iniciativa da proposição dos grandes empreendimentos fique quase inteiramente à mercê dos desejos das empresas.
O Brasil tem feito nos últimos anos uma pantomima ruidosa em torno das Parcerias Público-Privadas. O problema é que, na esfera governamental, uma sigla quando pega parece ganhar vida própria. Não precisa mais ter nada dentro. Sua sonoridade justifica sua existência – e ela passa a circular alegremente na boca de autoridades, como acontece agora com o PAC. Na vida real, nada.
Há um mar de oportunidades de empreendimentos no Brasil que requerem a injeção do dinheiro privado. O setor de saneamento básico é um deles, no qual o poder público está há anos para criar as regras necessárias para atração do capital dos investidores, criando concessões rentáveis e socialmente importantes. O próprio setor de energia também oferece horizontes vantajosos para a comunhão Estado/empreiteiras – mas neste campo o governo tem preferido o populismo fácil de tarifas artificialmente baixas e da retórica anti-privatização, que tanto ibope rendeu nas eleições presidenciais.
No setor de transportes urbanos, o Estado atravessou décadas de imobilismo na construção de uma alternativa planejada ao império selvagem dos ônibus. Perdeu a oportunidade de oferecer bons negócios ao capital privado e simultaneamente bons serviços à população. Acabou atropelado pela febre caótica e predominantemente informal das vans.
O Brasil cansa de perder dinheiro de financiadores multilaterais por falta de projeto. Essa parece ser a sina da burocracia governamental brasileira: muita sigla e pouco projeto. Grandes parcerias entre o poder público e a iniciativa privada existem desde D. Pedro II e o Barão de Mauá, não dependem de todos esses salamaleques legislativos em torno de PPPs ou coisa que o valha.
O país precisa abandonar a pirotecnia de PACs e outros arremedos juscelinistas e passar à vida real. Onde estão os decantados pólos de atração do capital privado? Onde estão os projetos e regras para as grandes parcerias?
Enquanto estiverem só no discurso político, o apetite primitivo das empreiteiras vai continuar devorando a honestidade de funcionários e autoridades. Aqui e ali, sempre haverá alguém eticamente dócil para saciar-lhes a fome. E não haverá chuva de navalhas que dê jeito. "
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quinta-feira, 12 de abril de 2007
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